Num grau primário toda a representação é objecto e sujeito. Até agora só analisamos o mundo como representação. Falámos das noções de tempo, espaço e causalidade que estão contidas no objecto. O sujeito é no entanto uma condição para a existência do objecto assim como o objecto para a existência do sujeito (Há relação de reciprocidade). Conclusão: tempo, espaço e causalidade estão contidos intrisecamente no sujeito e portanto são conhecimento apriori.
Schopenhauer nega a existência da intuição racional, que permitiria o conhecimento do absoluto, da identidade sujeito-objecto. Esta intuição racional permitiria segundo principio da identidade a explicação do sujeito pelo objecto e do objecto pelo sujeito.
Desta filosofia da identidade são originados duas filosofias:
Idealismo transcedental - Através do princípio da razão o sujeito cria o objecto
Filosofia da Natureza - O sujeito é gradualmente produzido pelo objecto num processo contrutivo continuo.
Pomos dividir os sistemas filosóficos numa primeira fase entre aqueles que usam como principio base o objecto ou o sujeito. Os sistemas com base no objecto são: aqueles para os quais "o objecto é real"; aqueles para os quais o "objecto é substância"; Aqueles para os quais o "objecto é número"; e por fim aqueles para os quais o objecto é livre arbitrio. Nestas filosofia o entendimento é uma faculdade produzida pelos objectos e portanto não está contida no sujeito. Temos portanto um "entendimento material".
Para os sistemas cujo objecto é a realidade a dinâmica causal, o espaço e o tempo reais são essências de onde tudo provém. Este sistema é a base das ciências empiricas ----> numa primeira fase explicaram as causas microscópicas ( por exemplo estudo proporcionado pela Química - estudo das propriedades micriscópicas da matéria).
Schopenhauer critica o materialismo, como uma doutrina de conhecimento sujeito a um circulo que volta sempre ao mesmo ponto, uma vez que, parte da matéria com entidade absoluta, para chegar no fim do processo do conhecimento de novo à matéria inicial. No fundo o materialismo tem um elemento extremamente positivo no seu processo de aquisição de conhecimento que é a descoberta das dinâmicas causais entre objecto (é aqui que se funda toda a sua estrutura). Conclusão: Apesar de o materialismo nâo perscrutar a essência das coisas em si, tem o dom de se concentrar nas dinâmicas causais e de por o entendimento em funcionamento (importantissimas para a interpretação do mundo). No materialismo o entendimento é colocado como cerne do mundo, sendo esse entendimento um produto dos objectos do mundo.
A seguinte asserção de Schopenhauer é bastante ilustrativa da critica que ele faz ao materialismo: " O materialismo é um esforço para explicar pelos dados mediatos o que é dado imediatamente".
O materialismo diz que partindo da compreenção dos objectos consegue representar as representações imediatas. Aqui reside a essência da refutação do materialismo de Schopenhauer. Como pode a explicação das relações entre os objectos explicar as representações imediatas, se o próprio materialismo exige que as representações mediatas de que parte (os objectos) sejam explicadas pelos mecanismos do cérebro? Ou seja, o meterialismo exige que o cerebro processe os objecto mediatos antes de eles existirem. Cai deste modo o materialismo no absurdo de partir dos objectos e depois exigir que eles próprios (o cérebro) se criem a si prórpios.
Os fundamentos da ciência são:
Os princípios que regem a razão ---> Contém em si o sujeito porque a razão é pertença do sujeito.
Objecto ---> Determina a aplicação direccionada da razão
A ciência tem como fim ultimo encontrar o elo causal de todas as dinâmicas causa-efeito. Tem o objectivi de analizar todos os "factoriais", todas as condicionantes da transição causa-efeito. Enfim procurar as harmonias no mundo.
Uma das problemáticas da ciência em particular da Química é a da existência da entidade primordial, ou seja, a particula indizível de Demócrito. Apesar de quantitativamente os químicos admitirem, naturalmente, que a matéria é infinitamente indizivel, qualitativamente aguns no decorrer na história da ciência não aceitam este facto. Em toda a Química actual onde esta ideia persista, considero-a um erro, dado que a existência qualitativamente primordial de algo não explicaria a interacção doutro algo com essa matéria primordial. A definição de matéria primordial tem como propriedade a sua não possibilidade de tranformação, dado que perdia o seu caractér primorial (substância ultima de carácter permamente e essência da coisa em si). Esta questão está fora dos limites da inteligibilidade, apesar de ser muito importante.
Materialismo implica existência sem sujeito. Ora, se o objecto tem a sua existência dependente da percepção o objecto perde a sua existência sem percepção que o representa. A realidade foi criada no momento em que o primeiro ser vivo percepcionou. Antes o mundo não era representado, não tinha existência. A representação criou o mundo.
Primeira percepção ---> Exige "existência" de encadeamento causa-efeito anterior à percepção, temos portanto aqui uma contradição. Temos uma contradição, porque afinal existe causalidade antes da percepção representada (Contradição da faculdade de conhecer). Esta contradição pode ser resolvida colocando o tempo, o espaço e a causalidade não como propriedades da "coisa em si" mas da representação. Nas palavras de Schopenhauer: "o mundo objecto ou o mundo como representação, não é a única face do universo, é por assim dizer o penoso, a súperficie".
Schopenhauer coloca a representação, incluindo o tempo, espaço e causalidade como superficie do cosmos, ou sua parcela. A outra parcela, a "coisa em si", essência do mundo é para Schopenhauer a Vontade.
A primeira percepção determina a existência do primeiro tempo no passado. O começo do tempo não se deu na primeira percpção, é ele o próprio começo em si, ele é o pano de fundo do conhecimento, o pilar, a base do conhecimento. O passado, o presente e o futuro são uma determinação do sujeito, passado é representação temporal do sujeito.
Em Kant o principio da razão não permite atingir a coisa em si. O principio da razão permite conhecimento do fenómeno, não do númeno. Prencipio da razão ---> Determina objectos na sua formalidade mas não a "coisa em si".
Na escolástica o principio da razão contém em si o obsoluto. Contudo Kant não considera a razão como o absoluto, mas sim relativo, limitado e inteligivel. A razão é limitada ao fenómeno (no tempo, no espaço e na causalidade). O prinipio da razão não determina o sujeito, determina sempre o caracter formal dos objectos, nunca a "coisa em si" destes. Objecto, por sua vez, não determina o o sujeito e sujeito não determina objecto. A determinação destes pertence ao trancendente. Estamos como Schopenhauer aponta numa fuga à "coisa em si" à essência do cosmos ao relativizar o prencipio determinante da representação. A essência não estará, portanto, na representação porque esta não tem caracter absoluto.
Colocar a "coisa em si" no objecto é o principio base do materialismo. Colocar a "coisa em si" no sujeito é o principio base do idealismo.
A razão não pode ser absoluta porque então seria Deus. Deus estaria então contido numa propriedade absoluta do ser humano que na realidade não o é.
Em Schopenhauer toda e qualquer radicalidade filosófca em que o ponto de partida é o sujeito ou o objecto é um absurdo, autoaniquilando-se. O ponto de partida de Schopenhauer é a representação que é articulada pela relação sujeito-objecto. Como já foi referido o principio da razão determina a formas da representação. É ao assumir o principio da razão que a representação se sujeita ao principio da existência, no espaço, no tempo e na causalidade.
Nesta fase Schopenhauer define um novo principio da razão que é o conceito determinado pelo principio do conhecimento
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
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