segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Meditações em Schopenhauer - Sujeito e objecto

A condição necessária da intuição são as leis da causalidade, contudo não existe uma relação de causa-efeito entre objecto e sujeito, dando se unicamente esta relação entre os objectos imediatos e mediatos. Assim o sujeito nunca experimenta directamente efeitos, mas sempre os objectos por si percepcionados.

A lei da causalidade é a condição precedente e necessária da intuição, da noção de sujeito e objecto e ao Principio da razão. É pois a lei da causalidade a lei "primeira".

Apesar de não o demonstrar aqui, o Principio da Razão é o determinante formal de todo e qualquer objecto.

No seguimento do pensamento enunciado, o objecto e a representação estão obviamente interligados, ou seja, o objecto pertence à representação. A representação só existe na existencia de um sujeito que represente. Conclui-se que o objecto nunca pode existir em si, separado do sujeito. Podemos mesmo dizer que há mais que uma interligação entre o objecto e a representação e dizer que eles se fundem numa unidade significando a mesma coisa. A própria essencia dos objectos é a aplicação da lei da causalidade aos seus estados no tempo, que provocam a permuta desse estado para outro.

Tudo o que foi expresso refere-se à forma de representação do mundo empirica. Nas suas representações o mundo é o que parece ser. Este é um mundo complementa inteligivel, cuja profundidade é perfeitamente alcançavel.

É um erro comum na utilização do principio da razão, aplicar as formas abstratas que representa às representações intuitivas (objectos). Confere-se, deste modo aos objectos, o principio do conhecimento, em vez do principio da existência o que é um tremendo erro.

A articulação entre os diversos conceitos e juizos abstratos é efectuado pelo principio da razão. Contudo a estes conceitos recebem a sua realidade de "algo diferente deles" que será o principio do conhecimento.

Chegamos nesta fase, depois de debater a problemática da relação entre sujeito e objecto e toda a essência desta questão a uma nova questão que se coloca ao Principio da Razão e que se coloca do seguinte modo: Não poderia toda a nossa vida ser um sonho? Qual a distinção entre sonho e vigilia?

Sonho e vigília são ambos representações sujeitas à lei da causalidade e é a ruptura do encadeamento dos elos causais das representações que distingue um e outro. Naturalmente, pode haver migrações de representações do sonho para a vigilia e é nessa ocorrência que a vigília pode ser afectada pelo sonho.

O sonho tem uma pluralidade de graus de clareza a todos eles aplicados as mesmas leis da causalidade e da vigília. Entre esses graus de clareza, a mais pura é aquela que se confunde com a vigília. Mas não haverá uma separação objectiva entre estes dois estados?

A distinção entre o sonho e a percepção real estão em que no sonho não existe a continuidade da percepção real. No sonho há uma anarquia representativa sem continuidade perceptiva.

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