segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Meditações em Schopenhauer - Espaço e Tempo

Na forma do tempo o princípio da razão assume o instante e a respectiva sucessão de momentos interligados pela relação causal. Relação causal que contém em si a dinâmica, o devir, a eterna transformação.

Quanto à aplicação do princípio da razão ao espaço, é muito importante, numa primeira análise, ter em consideração que todo o ser representado no espaço, determina e é determinado pelo fluxo eterno da dinâmica causal.

Menciona-se nesta fase, um aspecto muito importante, que é a aplicação da causalidade a algo que existe no espaço e no tempo, e portanto a sua sujeição à dinâmica etena.

Conclui-se que as leis da causalidade controlam, regulam e dinamizam o espaço eo tempo.

A lei da causalidade é intrinseca à existência da matéria, determinando o seu ser, ou seja, determinando a sua percepção. Determina também, naturalmente a forma da matéria, dependendo da imensidão de factoriais, que dinamizam o processo causa-efeito.

Conclusão: A essência da matéria é o devir, a aterna mudança, sujeita às leis do nexo causal.

Surge aqui uma problemática deveras interessante, a de saber a essência do mundo imaterial (da alma), uma vez que está descoberta a essência do mundo material. Quero deixar esta questão para outra fase da presente obra.

Quanto à questão da relação entre o espaço e o tempo, considero importante recorrer a um exemplo para ilustrar de forma clara, a forma como estes interagem. Analisemos o exemplo de uma reacção de combustão. Esta tem a seguinte forma:

Mat. Orgânica + O2 ---> CO2 + H2O


Idêntifiquemos o espaço, o tempo e a relação causal neste fenómeno. Antes da ocorrência da reacção, a matéria orgânica e o oxigénio ocupam um determinado espaço. O tempo em conjunto com aplicação do elemento dinâmico de causalidade leva à ocorrência da reacção. Com o decorrer do tempo, matéria orgânica e oxigénio são transformados (dão o seu lugar no espaço) em dióxido de carbono e água. Durante todo este processo, a articulação do tempo e da dinâmica causal levaram a permutações no espaço da matéria reaccional.

Convém referir que a dinâmica causal que ocorre durante o tempo, tem de se referir a um espaço, conluindo-se que o tempo e o espaço estão necessáriamente interligados.

Na Realidade temos a cada momento a imensidão dos estados, que são no seu conjunto parcelas da dinâmica causal. A aplicação do tempo a este conjunto de dinâmicas leva à alteração de estado. É claro que a alteração dos estados da matéria dá-se em diferentes graus, alterando-se alguns significativamente, enquanto outros não, sendo este contraste de graus modificativos o que permite detectar o grau de transformação da matéria.


Faculdades intelectuais

A todo o tipo de representação no sujeito está associada um tipo de faculdade intelectual. Em Kant as faculdades do espaço e do tempo foram designadas sensibilidade pura. Reside neste ponto, uma critica de Schopenhauer a Kant quanto à designação destas faculdades de sensibilidade pura, uma vez que sensibilidade subentente realidade extensa, Como propriedades apriori das faculdades do espaço e do tempo, nunca podem ter subentendidas em si "res extensa".

A faculdade intelectual associada à causalidade é o entendimento (capacidade de percepcionar os efeitos dinâmicos da máteria, o devir da matéria).

Shcopenhauer restringe o entendimento à capacidade de descoberta das causas. Este é no entanto, um campo tão vasto, tão amplo que se torna imensamente fascinante, este é o campo da ciência. Apesar da sua amplitude, a descoberta das causas, ou ciência, tem subjacente uma unidade. Por exemplo, toda a ciência depende de um método comum, o método ciêntifico, que consiste na constantação de um problema, na discussão critica do mesmo, na proposta de alterações relativamente aos aspectos postos em causa e por fim na validação, ou não das alterações propostas, surgindo um novo problema. Esta é a evolução de todo o saber humano, residindo a sua essência dinâmica, exactamente na constantação do problema perante um elemento negativo, que é a discussão critica.

Em todo o processo causa-efeito é sempre o efeito que nos motiva para a causa. É portanto a causa que permite a intuição da realidade pela faculdade intelectual do sujeito. O que foi enunciado é uma constantação directa e nunca produto abstrato da reflexão. É a verdade que permite a constatação da representação pela consciência do objecto. Sem esta verdade a consciência seria vazia e sem entendimento. Na condição de não existir entendimento, o objecto, naturalmente existiria na representação, mas não seria entendido.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Meditações em Schopenhauer - Intuição

Representações intuitivas são as representações das sensações e todas as suas estruturas de base.

Kant fez mais uma descoberta incrivelmente notável que foi a constatação de que as estruturas apriori podem não só ser pensadas in abtracto mas também fora do pensamento abstrato, ou seja que as estruturas apriori existem independentemente do pensamento. Ao que foi dito deve-se acrescentar que as sensações são determinadas pelas estruturas apriori do sujeito e não o contrário, e que portanto estas mesmas estruturas são naturalmente independentes.

Imagino deste modo, as estruturas apriori da intuição como o manancial das sensações.

As estruturas apriori constituem o manancial das sensações, contudo, são também o elemento que fundamenta a independência da razão, ou seja, do ser pensante. Esta ultima asserção é fundamental para garantir a certeza na matemática.

Como estruturas que fundamentam todas as sensações e todo o pensamento, as formas apriori formam o Principio da Razão, determinando por um lado toda a experiência sensivel (subordinada à lei da causalidade) e todos os juizos (subordinados pela lei da razão).

A aplicação da noção de tempo ao principio da razão, constitui o que Schopenhauer chama o Principio do Ser, e que contém em si a noção de extensão temporal para o ser.

A noção de tempo contém em si o sentimento de angústia, porque o tempo é o ser, mais especificamente o tempo é o momento presente e o momento presente é o infinitésimal ou infinitamente pequeno. Daqui se conclui, que o ser vive no infinitamente pequeno, que é o instante, o momento. Por outro lado, é interessante notar a vastidão do infinitamente pequeno, no infinitamente pequeno está o infinito. Esta é um conclusão, naturalmente, contraditória, mas que resulta de um raciocinio lógico.

Se podemos caminhar eternamente no infinitamente pequeno, ele contém em si o infinito e portanto o infinitésimal contem o infinito.

Também a noção de espaço contém em si o raciocinio efectuado anteriormente.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Meditações em Schopenhauer - Sujeito, conhece ou é conhecido?

Shopenauer é um idealista profundo fazendo mesmo lembrar Berkeley, quando define o sujeito como aquele que conhece, não podendo ser conhecido. Coloca, portanto o sujeito como epicentro do mundo.

O corpo é definido como representação, sujeito às mesmas leis apriori de todo o objecto. É no entanto, uma representação imediatamente sujeita à vontade, ou seja, uma representação cuja vontade controla imediatamente. Sendo então o mundo uma vontade, define-se assim um grau de proximidade e de controlo perante as representações.

Os pressupostos apriori (tempo e espaço) estão contidos no sujeito que conhece. Define-se então pluralidade e unidade, que brotam dos principio apriori a que se sujeita todo o objecto do conhecimento. O sujeito, contendo o principios apriori, não se lhe aplica antão a pluralidade e a unidade inerentes ao acto de conhecer porque ele em si é a causa do conhecimento e nunca pode ser conhecido.

A representação Shopenauriana complementa-se pelo objecto cuja representação formal é determinada pelas leis do espaço e do tempo (contém em si a pluralidade o múltiplo) e pelo sujeito que contém em si os principios apriori do espaço e do tempo escapando às suas normas porque ele contém em si essas normas, ou seja ele é as próprias estruturas apriori.

Põe se aqui a problemática interessante de saber se a contituição da representação do mundo, necessita apenas de um elemento sujeito-objecto, ou de milhões de elementos sujeito-objecto.

"O sujeito acaba onde termina o objecto"--> Nesta asserção determina-se uma ligação necessária, permanente, e indivisivel entre estes dois elementos, que se contituem deste modo como os elementos nucleres da teoria da representação shopenauriana. Eles são em si, nas suas relações, o cerne da teoria representativa criando limites dependencias de reciprocuos.

Kant dira que as formas da essência do objecto (apriori, tempo, espaço e causalidade) estão contidas em si no sujeito que em si abstrai o objecto. Shopenauer a esta asserção acrescenta que podemos definir o Principio da Razão "como a expressão geral de todas as condições formais do objecto"(estr. apriori).

Por outro lado estas estruturas apriori determinam também uma relação de reciprocidade entre o os objectos que por sua vez a sua realidade.

De notar por fim, que os objectos, conforme as suas imensas possibilidade de relação possiveis, podem constituir uma imesidão de formas.

Meditações em Schopenhauer - Introdução

Em Shopenauer o mundo, a amplitude do existir é todo ele fenómeno representativo, mais generalista inclusivé que o conceitos que implicam a existência com espaço, tempo e causalidade. A verdade absoluta de shopenauer é que "tudo o que existe, existe apenas para o pensamento", ou sejao cosmos é sempre e eternamente representação, fenómeno. Em poucas palavras podermos então dizer que para shopenauer o mundo está contido no sujeito e na faculdade representativa (nas suas palavras "o mundo é representação").

É interessante notar que shopenauer se refere a todas estas asserções, como "verdades absolutas", concluindo se deste modo que estas proposições contém a verdade em si e por si e que portanto representam a essência ou a "coisa em si". Concluo então, que Shopenauer acreditava que estava na posse da "coisa em si".

O senso comum é manifestamente contra este tipo de represenção do mundo, isto porque esta concepção é exclusiva altos níveis de abstracção espiritual. É uma marca portanto do filosofo o apelar a que a compreenção das suas verdades absolutas exigem uma ascece espiritual.

A outra grande verdade absoluta de Shopenahuer é a asserção de que "o mundo é a minha vontade". É portanto, também esta asserção, uma verdade absoluta e portanto mais um elemento do coisa em si.

A abordagem de Shopenauer numa fase inicial deve ter retida sempre a noção de que o mundo possui a propridade de ser pensado.