quinta-feira, 10 de abril de 2008

Meditações em Schopenhauer - Razão

É um acto que provém e que tem como principio primário a intuição, sendo inerente a ela. A intuição tem como caracteristica a pré-determinação causal para uma ampla variedade das situações em análise ----> A verdade e a certeza estão quase sempre muito próximas.

Exemplo: Vejo uma mesa, considero-a uma certeza muito próxima da verdade ----> Definimos esta representação como um facto. Mas o acto da intuição é estagnado dado que nesta representação apenas as faculdades primárias são utilizadas. Na intuição ainda não atingimos o estado de dúvida, nela todo o mundo é "perfeito". Na intuição ainda não desobrimos a ignorância, todo o mundo é um dado adquirido. Neste mundo vivemos então num irracionalismo, que no homem contém a potência da racionalidade. A intuição na sia simplicidade contém em si o contingênte e portanto é uma dinâmica do "acto natural". Defino aqui "acto" e dinâmica com sentidos similares.

A razão ao contrário da intuição caracteriza-se pela sujeição à dúvida ao erro. Na sua capacidade especulativa permite penetrar no dúbio por conter em si a criação. Pela sua complexidade, a especulação racional é fonte das mais poderosas sistematizações do pensamento. Ela é a fonte de todas a ideias instituidas (conceitos). A luta instituidas contra estas sistematizações racionais na procura detectar erros nelas é a obra dos grandes pensadores. Conclui-se que: O processo racional reside na dúvida, no detectar o erro e evitá-lo contantemente. Todo este processo é um processo de aversão ao erro, mas que vive dele e da sua detecção. Temos uma relação paradoxal de opostos em que se manifesta aversão pelo erro e em que no entanto, este é o fio condutor que leva à contemplação do admirável, do espantoso "novo conhecimento" ou "novo conceito"!


Representação no objecto

----> Tempo;
----> Espaço;
----> Causalidade;


Representação no sujeito

----> Intuição
----> Entendimento

----------------> Num grau superior só o homem tem reflexão


A reflexão tem a capacidade de indicar causas e de por acção da vontade restringir a causa mais forte ---> Portanto aqui a vontade funciona como despontar da potência que liga causa ao efeito.
Máxima essencial em Schopenhauer: "O animal sente e percebe, o homem pensa e sabe, ambos querem".

(Acto ----> Acumulação da vontade) --- >Tanto no animal como no homem.


Entre reflexão (só pertença do homem) e intuição (presente nos homens e nos animais apresenta-se um enorme hiato. Na intuição expressa-se unicamente o movimento aleatórios associados a uma vontade no máximo rudimentar. No homem atinge-se uma elevação da vontade, uma subtuleza da vontade expressa na linguagem e na complexidade da reflexão e do pensamento. Poderemos mesmo dizer que entre linguagem a razão há uma relação de reciprocidade muito importante.

Razão e Reflexão <---------> Linguagem

A capacidade de refletir no homem dá-lhe consciência da morte, para a qual é por natureza averso, mas que sabe eu um dia sucederá. Este facto mancha de melancolia inúmeros momentos da vida do homem, dado que está sujeito a um dado adquirido que é antinómico da sua própria natureza, que é o facto de ser um "ente vivo". A esta força imposta por uma das caracteristicas da natureza humana, neste caso o facto de estar vivo, chamarei como Schopenhauer "Força Vital". Na "Força Vital" detectamos o impulso da consciência perante um facto antinómico à natureza do ser vivo (que é o facto precisamente de ser vivo).

A razão contém em si a faculdade de conhecer. Funciona como elemento de controle do irracionalismo ou da mescla racional/irracional inerente a todo o homem. Não é que a mescla referida não seja importante, muito pelo contrário, considero-a um elemento fundamental no devir da razão e na sua própria estruturação. É que a mescla racional/irracional é a fonte da dúvida do erro, da investigação, fundamental no processo de procura da verdade.

Schopenhauer detecta na história da filosofia, uma torrente de teorias para definir a essência da razão e conclui que estas ou são pouco claras, ou se contradizem. Isto é revelador da complexidade desta questão. Schopenhauer define, no entanto , como função essencial da razão: a formação de conceitos.

Esta formação de conceito explica toda a linha divisória entre o que é racional e o que não é racional.

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